A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio hormonal bastante comum entre mulheres em idade reprodutiva. Essa condição afeta principalmente o funcionamento dos ovários, interferindo na ovulação e, em muitos casos, dificultando a gravidez. Mas a SOP vai muito além da fertilidade: ela também impacta a saúde metabólica, emocional e a qualidade de vida da mulher.
Neste artigo, vamos conversar sobre o que causa a SOP, quais são seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico e quais tratamentos estão disponíveis.
Se você já recebeu esse diagnóstico ou suspeita que possa ter a síndrome, saiba que não está sozinha. A informação é uma aliada importante e buscar orientação médica especializada é o primeiro passo para tomar decisões conscientes sobre sua saúde.
O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)?
A SOP é uma alteração hormonal que provoca um desequilíbrio na produção de hormônios femininos e androgênios (hormônios masculinos). Esse desequilíbrio pode dificultar ou impedir a ovulação, o que, por sua vez, interfere diretamente no ciclo menstrual e na fertilidade. Muitas vezes, os ovários apresentam vários pequenos cistos, que são folículos que não conseguiram completar seu desenvolvimento.
É importante esclarecer que, apesar do nome, nem todas as mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos têm cistos nos ovários. O diagnóstico não depende apenas dessa característica e, sim, de um conjunto de sinais clínicos e laboratoriais.
A síndrome é mais comum do que se imagina: estudos estimam que entre 6% a 10% das mulheres em idade fértil podem apresentar a condição. Ou seja, é uma realidade que merece ser discutida com seriedade e empatia, especialmente porque seus efeitos vão além da saúde reprodutiva.
Quais são as causas e fatores de risco?
A causa exata da SOP ainda não é totalmente conhecida, mas sabemos que vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. A genética, por exemplo, tem uma grande influência: mulheres com histórico familiar de SOP ou diabetes tipo 2 têm maior risco de desenvolver a síndrome. Esse dado reforça a importância de prestar atenção ao histórico de saúde da família.
Outro fator bastante comum é a resistência à insulina, uma condição em que o corpo tem dificuldade para usar esse hormônio de forma eficiente. Isso pode levar ao aumento dos níveis de insulina no sangue, estimulando os ovários a produzirem mais androgênios — o que agrava ainda mais os sintomas da SOP. Por isso, é comum que muitas mulheres com SOP também apresentem sobrepeso ou obesidade.
Além disso, alguns hábitos de vida, como alimentação desequilibrada, sedentarismo e estresse crônico, também podem influenciar no aparecimento e na gravidade da síndrome. É por isso que o tratamento da SOP geralmente envolve mudanças no estilo de vida, mesmo quando há necessidade de medicamentos.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos podem variar bastante entre uma mulher e outra, mas alguns sinais são bastante frequentes e merecem atenção. Um dos mais comuns é a irregularidade menstrual, com ciclos muito longos ou até ausência completa da menstruação. Isso acontece porque, na SOP, a ovulação nem sempre ocorre como deveria.
Outro sintoma comum é o aumento de pelos em áreas como rosto, peito e abdômen — o chamado hirsutismo. Isso acontece devido ao aumento dos androgênios, hormônios tipicamente masculinos que ficam em excesso nas mulheres com SOP. Também podem surgir acne, oleosidade excessiva da pele e queda de cabelo em padrão masculino.
Além disso, muitas mulheres relatam dificuldade para perder peso, mesmo com alimentação equilibrada e isso está relacionado à resistência à insulina.
A presença de manchas escurecidas na pele (geralmente no pescoço, axilas e virilha), chamadas acantose nigricans, também é um sinal de alerta.
Sintomas que merecem atenção:
- Irregularidade ou ausência da menstruação
- Excesso de pelos em locais incomuns
- Acne e pele oleosa
- Queda de cabelo
- Ganho de peso ou dificuldade para emagrecer
- Manchas escuras na pele
- Dificuldade para engravidar
Como é feito o diagnóstico?
O primeiro passo é a consulta com um ginecologista, que vai avaliar os sintomas, o histórico menstrual e o histórico familiar. Uma boa conversa médica já pode levantar hipóteses bastante precisas.
Entre os exames mais solicitados estão os hormonais, para avaliar os níveis de LH, FSH, testosterona e insulina. Também é comum a solicitação de exames de glicemia e colesterol, já que muitas pacientes com SOP apresentam alterações metabólicas importantes.
Por fim, a ultrassonografia transvaginal pode ajudar a visualizar os ovários e verificar a presença dos folículos. Vale lembrar que o diagnóstico é confirmado quando a paciente apresenta pelo menos dois dos seguintes critérios: ovários policísticos no ultrassom, sinais clínicos ou laboratoriais de excesso de androgênios, e ciclos menstruais irregulares. Mas recentemente, entrou como critério para a SOP, a dosagem do AMH, que pode substituir o ultrassom.
Tratamentos disponíveis para SOP
O tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos deve ser personalizado, considerando os sintomas apresentados, os objetivos da paciente (como o desejo de engravidar ou não) e seu estado geral de saúde. Não existe uma única abordagem que sirva para todas, por isso a escuta e o acompanhamento profissional fazem toda a diferença nesse processo.
Na maioria dos casos, o primeiro passo envolve mudanças no estilo de vida, como ter uma alimentação equilibrada, rica em fibras e com baixo índice glicêmico, aliada à prática regular de atividade física. Essas mudanças podem ajudar a controlar a resistência à insulina e reduzir o peso, fatores que contribuem diretamente para o equilíbrio hormonal.
Além disso, alguns medicamentos podem ser utilizados para tratar sintomas específicos. Os anticoncepcionais orais são frequentemente prescritos para regular o ciclo menstrual e controlar o excesso de androgênios. Em pacientes que desejam engravidar, pode-se indicar o uso de indutores de ovulação, como o citrato de clomifeno ou letrozol.
Se você suspeita que pode ter SOP ou já convive com esse diagnóstico e ainda tem dúvidas sobre o que fazer, não adie o cuidado com sua saúde. O quanto antes houver acompanhamento, maiores as chances de controlar os sintomas, preservar a fertilidade e prevenir complicações.
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